Na abertura do evento, na segunda-feira (9), o autor da proposta, Leonel Brizola (PSOL), promoveu um debate público para discutir a importância da charge e do cartum no contexto político e social do país. Ao abrir os trabalhos, o parlamentar falou sobre a influência da internet na atividade jornalística, da velocidade que as notícias são divulgadas e do surgimento das fake news.
Para o cartunista Nani, as charges retratam a realidade de forma crítica, mas com humor. "É uma terceira opinião e, muitas vezes, a mais verdadeira", definiu.
Já o jornalista Luís Pimentel lembrou o antigo jornal O Pasquim, que circulou durante 50 anos e tornou-se um dos veículos de comunicação mais popular durante a ditadura. Idealizado pelo cartunista Jaguar para ser um jornal de bairro, mais voltado para o humor comportamental, o semanário foi abordando cada vez mais os temas políticos, mas sem perder a característica de jornal de sátira e humor. "Iniciativas como a nossa, de criar um tabloide com distribuição gratuita, não deixa nossa atividade desaparecer", completou o jornalista, que parabenizou o vereador Leonel Brizola pela realização da exposição e do debate público.
"O chargista floresce na desgraça. Quando a coisa está ruim, aí que o artista se inspira e produz mais". Assim definiu sua atividade o cartunista Carlos Latuff, acrescentando que o chargista mostra a verdade através dos desenhos, "de forma inconveniente".
Carlos Amorim contou que o jornal +Humor, lançado recentemente e distribuído gratuitamente, reúne profissionais do segmento com o objetivo de contagiar os demais colegas e incentivar a formação de novos profissionais. "A receptividade do público tem sido grande, pois a charge e o cartum falam do cotidiano, e as pessoas rapidamente se identificam", explicou.
A mostra "O Papel da Charge e da Caricatura na Política Brasileira" tem entrada gratuita e poderá ser visitada das 10h às 16h.