A Câmara Municipal do Rio de Janeiro promoveu um mutirão de doação de sangue no Palácio Pedro Ernesto nesta terça-feira, dia 13, e coletou 43 bolsas de sangue. Pelo segundo ano consecutivo, o parlamento carioca fechou uma parceria com o Hemorio para aumentar os estoques da instituição, que registrou uma queda de quase três mil bolsas de sangue este ano. Para atender a demanda nos hospitais públicos de todo o estado do Rio de Janeiro são necessárias 300 bolsas por dia.
Presidente da Câmara do Rio, o vereador Carlo Caiado foi um dos primeiros a fazer a sua doação. “Nós fizemos a nossa parte aqui, contribuímos representando o parlamento. A Câmara Municipal é uma referência, a Casa do povo, sempre estamos buscando fazer o que é o certo e ajudar a população”, refletiu o parlamentar.
Alessandra Cancio é administradora e não doava sangue há muitos anos. Hoje, veio incentivada pela filha Alexa, de 15 anos, que viu a placa na entrada do Palácio. “Eu fico feliz porque eu sei que a doação de sangue pode salvar vidas e estou fazendo isso pelo próximo. É muito gratificante poder ajudar as pessoas. Já me informei aqui a respeito de quanto em quanto tempo a gente pode doar e quero colocar esse ato como uma prática na minha rotina”, contou.
Diretor da Diretoria de Prevenção de Incêndio e Pânico e um dos idealizadores da ação, o coronel bombeiro Rômulo Capello Teixeira agradeceu a participação dos servidores que fizeram esse ato solidário. “O Legislativo municipal do Rio de Janeiro também tem essa obrigação social com a comunidade, com a sociedade. Então, quando nós temos a possibilidade de fazer essa parceria com o Hemorio pelo segundo ano consecutivo, que é de extrema importância para salvar vidas, uma doação serve pelo menos para quatro pessoas.”
Os homens podem fazer até quatro doações por ano com intervalo mínimo de dois meses entre elas. Já as mulheres podem fazer três doações anuais com intervalo de três meses entre cada uma. A jornalista Gabrielly Damasceno escolheu o Palácio Pedro Ernesto para fazer a sua última doação de 2022. “Estou doando pela terceira vez esse ano. Estou muito orgulhosa e feliz porque doar sangue é um ato de amor, que salva vidas. Incentivo muito as pessoas a doarem, estou vendo muitos cidadãos doando hoje.”
De acordo com o médico hematologista do Hemorio, Odilon Wagner, cada bolsa de sangue pode atender cerca de quatro pessoas porque tudo nele é aproveitado, o que inclui as plaquetas, as hemácias e o plasma, por exemplo. Por isso, é tão fundamental a adesão dos cidadãos, principalmente nesse período do ano. “É uma iniciativa de extrema importância porque exatamente nessa época de festas a procura por doação de sangue cai drasticamente e faz com que aumente a nossa demanda reprimida. E a população sofre com isso porque os hospitais precisam de sangue para manter os centros cirúrgicos, as emergências abertas”, sublinhou.
Doadora regular há 12 anos, a assessora parlamentar Paola Belchior organiza caravanas de doadores periodicamente para ajudar a aumentar os estoques de sangue. E ela aproveitou a ocasião para demonstrar a sua preocupação. “Estou muito feliz da Câmara estar disponibilizando o seu espaço para que seja feita a doação porque a gente já viu que os bancos estão realmente vazios, tem vários lugares no próprio Hemorio que não tem tipo sanguíneo nenhum, as gavetas estão vazias”, alertou.
Servidores e funcionários da Câmara se engajam
Primeiro-secretário da Câmara do Rio, o vereador Rafael Aloisio Freitas (Cidadania) destacou que como o Palácio está situado em uma região central e bem atendida pelo transporte público, fica muito mais rápido chegar. “Mais uma vez, a Câmara do Rio promove o seu papel institucional de ajudar a população. Essa é uma parceria muito bacana com o Hemorio, que trouxe a sua estrutura aqui para dentro do Palácio Pedro Ernesto a fim de que as pessoas tenham mais facilidade para vir doar”, acrescentou o parlamentar.
A Delegada Izabela Santoni é Diretora de Segurança do Legislativo e doou sangue hoje pela primeira vez. Ela descreveu a sua sensação depois de realizar um ato altruísta tão simples e poderoso ao mesmo tempo. “É um ato de solidariedade, de empatia. Estamos em um período natalino e eu acho que faz muito mais bem pra gente que doou, além de ajudar as pessoas que recebem. Uma bolsa ajuda até quatro pessoas. É um sentimento muito bom, é gratificante poder doar. Eu já tentei doar outras vezes e não consegui. Infelizmente, por causa de check-up anual, endoscopia. Então fiquei muito feliz de estar aqui colaborando”, celebrou.
Requisitos básicos para doação
O doador não precisa se preocupar porque a coleta é um processo totalmente seguro. Todo o material utilizado é estéril, descartável e de uso individual. Antes da coleta, é feita uma triagem com questionário e entrevista para descobrir se o cidadão está apto a fazer a doação. É fundamental apresentar um documento de identidade original com foto, estar em boas condições de saúde, pesar, no mínimo, 50 kg, e ter entre 16 e 69 anos. Jovens com 16 e 17 anos podem doar com autorização dos pais e/ou responsáveis legais e um documento de identidade original desse responsável.
O doador não pode estar em jejum. Além disso, é preciso evitar alimentos gordurosos nas três horas que antecedem a doação e a ingestão de bebidas alcoólicas nas 12 horas anteriores à doação. Já as gestantes e lactantes não podem doar, assim como pessoas que fizeram tatuagens ou piercings há menos de um ano.