Infraestrutura Urbana

Para que o Rio de Janeiro pudesse receber os Jogos Olímpicos e Paralímpicos 2016, a cidade teve de passar por algumas mudanças estruturais. Nos últimos anos, os cariocas têm acompanhado o surgimento de diversas obras como a criação de túneis, a renovação de parques e a construção do Parque Olímpico, que abrigará a maioria das modalidades olímpicas e paralímpicas.

A ideia é que, após a realização do evento esportivo, a população continue usufruindo desses espaços e que as melhorias no transporte e trânsito contribuam para a mobilidade urbana da cidade, mesmo depois dos jogos. Até obras feitas especificamente para as atividades esportivas, como o Parque Olímpico e o Campo de Golfe, logo após serão liberadas para uso do público em geral.

Abaixo algumas dessas principais mudanças ocorridas da cidade:

Via Binário do Porto

A Via Binário do Porto, uma das obras de mobilidade urbana do Porto Maravilha, foi inaugurada em 2013. Com 3,5 Km de extensão, a via liga a Rodoviária Novo Rio à Avenida Rio Branco, e tem papel importante no escoamento do tráfego que passava pelo antigo Elevado da Perimetral. Com a implantação da Via Expressa, a Via Binário do Porto assume importante função na circulação da Zona Portuária e dos acessos de entrada e saída do Centro.

A Via é composta também por dois importantes túneis: o Túnel Nina Rabha e o Túnel Rio450. Inaugurado em outubro de 2013, o Túnel Nina Maria de Carvalho Elias Rabha, próximo à Cidade do Samba, tem 80 metros, com três faixas por sentido e uma galeria para passagem do VLT.

Já o Túnel Rio450, batizado em homenagem ao aniversário de 450 anos da cidade, em 2015, tem três faixas em direção à Rodoviária, partindo da Rua Primeiro de Março e desembocando na altura da Rua Antônio Lage. É o primeiro túnel construído abaixo do nível do mar, chegando a até 40 metros de profundidade.

Túnel Marcello Alencar

Recém-inaugurado, o Túnel Prefeito Marcello Alencar trouxe aos cariocas a ligação viária entre a Avenida Brasil, Ponte Rio-Niterói e Aterro do Flamengo. O túnel faz parte da Via Expressa, e foi uma das principais obras viárias do Porto Maravilha para absorver o tráfego de veículos do antigo Elevado da Perimetral.

Com extensão de 6,8km, é o maior túnel rodoviário urbano do País. Não possui semáforos e saídas intermediárias, sendo o meio mais eficaz para cruzar a Região Portuária e o Centro. Projeções da Companhia de Engenharia de Tráfego do Rio de Janeiro (CET-Rio) apontam que a Via Expressa vai desafogar o fluxo de veículos nos túneis Santa Bárbara e Rebouças, com uma redução de tráfego estimada em 30% e 20%, respectivamente, no horário de pico.

Parque Madureira

Incluído no Guia Oficial e no Roteiro Turístico e Cultural do Município do Rio de Janeiro pela Lei nº 5.679/2014, o Parque Madureira tem 3,15 km de extensão, e abrange diversos bairros da Zona Norte. Atualmente é considerada a terceira maior área verde da cidade, ficando atrás apenas do Aterro do Flamengo e da Quinta da Boa Vista.

É formada por uma extensa área de lazer com equipamentos culturais e esportivos, tais como pista de skate, quadra poliesportiva, pequenos palcos para shows, cachoeira urbana e lagos. Durante os Jogos Olímpicos, haverá exibição de competições e atividades para o público presente.

Parque Radical

O Parque Radical faz parte do Complexo Esportivo de Deodoro e será palco de três modalidades olímpicas: Canoagem Slalom, Ciclismo BMX e Ciclismo Mountain Bike. Após os Jogos Olímpicos e Paralímpicos, as pistas de Mountain Bike serão desativadas, mas as outras estruturas são permanentes e ficam como legado à população. Com cerca de 500 mil metros quadrados, a área se transformará no segundo maior parque de lazer da cidade, depois do Parque do Flamengo.

Parque Olímpico

Considerado o coração dos Jogos Rio 2016, o Parque Olímpico, localizado na Barra da Tijuca, é o principal polo de competições da cidade. Com uma área de 1,18 milhões de metros quadrados, o Parque é formado pelas Arenas Cariocas 1, 2 e 3, Velódromo, Arena do Futuro, Estádio Aquático, Centro de Tênis, Centro Aquático Maria Lenk e Arena do Rio. Nestes espaços acontecerão 16 modalidades olímpicas e nove paralímpicas.

Após o evento, o Parque Olímpico será transformado em um amplo complexo esportivo e educacional, destinado a estudantes da rede municipal e atletas de alto rendimento.

Campo Olímpico de Golfe

Os Jogos Olímpicos do Rio marcam a volta do golfe como esporte olímpico, após mais de século sem participar dos eventos.

O Campo Olímpico de Golfe foi construído na Reserva de Marapendi, a cerca de 5 km da Vila Olímpica. A região passou por projeto de recuperação ambiental, resgatando a formação natural de dunas, a manutenção dos contornos do terreno e com o replantio da vegetação nativa. A área de um milhão de metros quadrados irá se tornar um campo público após a realização do evento.

Piscinões da Grande Tijuca

Como parte do Sistema de Enchentes da Tijuca, na Zona Norte do Rio de Janeiro, foram implantados três reservatório de águas pluviais, conhecidos como “piscinões”, para evitar alagamentos em dias de chuva.

Os piscinões da Praça da Bandeira, Praça Niterói e Praça Varnhagen têm como objetivo desviar parte da água do Rio Joana, que segue por baixo do Morro da Mangueira, Quinta da Boa Vista e desemboca na Baía da Guanabara. Juntos, eles têm capacidade para armazenar 119 milhões de litros de água.

Para a construção destes reservatórios de água foram reaproveitadas vigas do Elevado da Perimetral, demolido na Zona Portuária. O reuso do material ocasionou uma economia de até R$ 20 milhões.

Rio Media Center (RMC)

Jornalistas de todo o mundo estarão concentrados no Rio Media Center (RMC – Centro de Mídia Rio, na sigla em inglês) para fazer a cobertura não esportiva dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016. Estes profissionais não irão cobrir os eventos esportivos e, sim, outros acontecimentos na cidade durante o período. Os jornalistas que vão acompanhar as competições ficarão concentrados no Centro de Imprensa (MPC), dentro do Parque Olímpico da Barra da Tijuca.

Localizado na Cidade Nova, ao lado do Comitê Rio 2016, o RCM tem 2.700 m² de área construída, com 130 estações de trabalho. A estrutura conta com estúdios de TV e de rádio, além de oferecer acesso à internet, telefones, impressoras, enfim equipamentos necessários para o trabalho dos jornalistas. O espaço ficará aberto até 20 de setembro, com um intervalo entre 24 e 31 de agosto.

A ideia de ter uma estrutura física específica para a mídia não credenciada surgiu nos Jogos de Atlanta, em 1996, quando houve um atentado terrorista e jornalistas de todo o mundo não puderam trabalhar. Na edição seguinte do evento, na cidade australiana de Sydney, em 2000, foi inaugurado o primeiro Centro de Mídia Não Credenciada da história dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos. O Rio Media Center segue os padrões internacionais adotados em centros abertos de mídia instalados nas edições anteriores.